Outro passo importante foi dado na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Poluição Petroquímica em andamento na Câmara Municipal de São Paulo. Durante a sessão desta quinta-feira (9/2), foram aprovados quatro requerimentos convidando representantes das indústrias que integram o Polo Petroquímico alvo das investigações e do COFIP (Comitê de Fomento Industrial do Polo do Grande ABC).
A Comissão presidida pelo vereador Alessandro Guedes, autor do pedido de instalação da CPI, aprovou quatro requerimentos com convites aos diretores responsáveis das empresas Braskem, Recap (Refinaria Capuava) e Cabot, e do COFIP. A proposta é que os executivos sejam ouvidos na CPI sobre questões relacionadas à poluição gerada no entorno do complexo industrial onde atuam.
O professor doutor Darci Odloak, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, do Departamento de Engenharia Química, era o convidado desta quinta-feira para participar de forma remota, mas devido a um contratempo pessoal, não pode participar. Uma nova data será marcada.
“Na evolução natural da nossa CPI, ouvimos moradores, fazemos diligências, ouvimos pesquisadores e ambientalistas, a doutora Maria Ângela Zaccarelli Marino, o doutor Paulo Saldiva, entre outros convidados. Agora chegou o momento de convidar e ouvir os acusados pela população de serem os poluidores e causadores das doenças na população da zona leste e do entorno do ABC”, citou o presidente da Comissão, vereador Alessandro Guedes (PT).”
São Paulo, 27 de abril de 2022. Reunião Ordinária da Comissão de Constituição, Justiça e Legislação Participativa. Foto: Afonso Braga @afonsobraga.ab Créditos Obrigatórios. Todos os direitos reservados conforme lei de direito Autoral Número 9.610.
ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO
Na semana passada, foi divulgado o balanço preliminar da 1ª fase do inquérito diagnóstico epidemiológico feito pela Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo para investigar a incidência de doenças provavelmente relacionadas à poluição petroquímica nos moradores da zona leste da capital, vizinhos ao complexo industrial, mais especificamente nos bairros Parque São Rafael, São Mateus e Sapopemba.
Foram ouvidas 3.580 pessoas na primeira etapa. Deste total, 660 entrevistados que apresentaram três ou mais sintomas aceitaram ser encaminhados para passar por exames e avaliação médica.
A segunda fase está prevista para este mês de fevereiro. “Esses primeiros 15 dias são para as pessoas irem à UBS fazer a coleta de exames e os outros 15 dias são para a Secretaria de Saúde e as UBSs fazerem uma busca ativa daqueles que se comprometeram a ir e não foram”, explicou Alessandro Guedes.
O estudo contará ainda com uma terceira etapa, quando a equipe técnica da Secretaria de Saúde deve analisar o detalhamento apontado nos exames. “O exame não se concentra só na região de divisa do polo. A secretaria está fazendo o exame na região do Jabaquara e do Itaim Paulista. Será feito um comparativo, se a incidência dessas doenças que aparecerão na região do polo é maior do que em outra região do nosso município. Se tiver essa incidência maior é uma evidência muito forte que a causa das doenças está na proximidade do polo”, enfatizou.
Ele ressaltou que os dados são essenciais, pois até agora, o trabalho é conduzido por intermédio de denúncias, informações e diligências. “A cidade de São Paulo não tem nada do ponto de vista científico, uma pesquisa científica que possa respaldar um trabalho ou uma resposta para o problema. O inquérito é inédito na capital, do ponto de vista da saúde. Será relevante para determinar se a poluição emitida pelo polo a região de São Mateus e Sapopemba tem, de fato, causado Tireoidite de Hashimoto na população e outros tipos. Se sim, poderemos saber através do inquérito e tomar as medidas para cobrar reparação ao município, bem como solucionar o problema daqui em diante”, completou.
TCM-SP
Na próxima quinta-feira (16/2), não terá reunião da CPI da Poluição Petroquímica no Legislativo. Os membros da Comissão pretendem se reunir com Eduardo Tuma, presidente do Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCM-SP). A ideia é pedir apoio junto ao corpo técnico do órgão, com a finalidade de ajudar nos trabalhos da CPI.
A CPI da Poluição Petroquímica investiga denúncias sobre a poluição e a contaminação ambiental no entorno do Polo Petroquímico que supostamente vem prejudicando a saúde de moradores de bairros da zona leste da capital localizados próximos ao parque fabril.
CANAIS DE COMUNICAÇÃO
Vale lembrar que a CPI da Poluição Petroquímica mantém um canal específico para coletar contribuições e manifestações dos moradores de bairros no entorno da petroquímica que sofrem consequências da poluição, com o objetivo de subsidiar as investigações.
A ideia é que a comunidade participe através de denúncias e informações sobre questões de saúde dos moradores dos bairros vizinhos e apresente sugestões para a redução da poluição pelo e-mail cpi-poluicaopetroquimica@saopaulo.sp.leg.br ou pelo link: CPI da Poluição Petroquímica – Câmara Municipal de São Paulo (saopaulo.sp.leg.br).
